Se pode não ser fácil manter a sobriedade no período de festas familiares como as do final de ano (Ação de Graças no exterior, Natal e Réveillon) a chegada do Carnaval exercerá uma certa influência sobre as escolhas daqueles que estão em programas de recuperação baseado em Doze Passos.
Carnaval é o mais longo período de festejos no Brasil, com sua comemoração iniciada semanas antes de sua data oficial e encerrado somente dias após seu término no calendário. É muito tempo para lidar, pois é também é a data com a maior concentração de uso, abuso e incentivo social e cultural ao exagero de alguns comportamentos e substâncias mais influenciadores de humores o possível: álcool, euforia, cigarro, drogas, sexo, gastos; ciúmes, brigas e rompimentos em relacionamentos; sentimentos depressivos de quem não tem “turma”, as tentativas de controle sobre as atitudes dos filhos… uma longa lista. Tudo intenso e com apelo para ainda mais.
Para quem está em recuperação, talvez a sensação seja de se desviar de um verdadeiro “campo minado”. Agrava o fato de nem todas as pessoas estarem em recuperação, o que significa que pessoas com absoluto desconhecimento de suas adicções ou problemas comportamentais estarão se exaltando ainda mais. É muita, muita adrenalina, que proporciona toda a intensidade da festa e igualmente a intensidade de seus possíveis problemas.
Carnaval: as Dúvidas
- Conseguirei me divertir sem perder o domínio diante do álcool, drogas ou cigarro?
- Conseguirei me divertir sem perder o domínio de mim diante do ciúme sobre aqueles que me acompanham?
- Conseguirei me divertir sem comer em excesso ou não me alimentar?
- Conseguirei me divertir saudavelmente em grupo?
- Se estou só, manterei o equilíbrio estando em casa ou na rua ou buscando companhia adequada para sair? A alegria dos grupos unidos será alvo de minha admiração – em vez de minha frustração?
- Conseguirei manter minhas finanças em dia apesar dos festejos?
- Conseguirei manter minha saúde e autoestima diante de meus comportamentos sexuais?
Carnaval: “Modo de Fuga”
- Algumas pessoas optam em se refugiar em retiros organizados por suas irmandades anônimas.
- Outros já preferem retiros religiosos ou de meditação.
- Há quem fuja do tumulto das ruas viajando para locais sem festejos.
- Há quem simplesmente se recuse a sair de casa realizando “maratonas” de filmes e séries na tv e internet.
Carnaval: “Tamo junto”
- Sair na companhia de parceiros de recuperação.
- Chamar a família e amigos para casa ou aceitar convites.
- Aproveitar os dias de feriado e fazer maratona de recuperação indo a várias salas eventualmente abertas.
Ferramentas de recuperação vitais nesse período
- Número do telefone do padrinho ou madrinha acessível.
- Endereços de salas que funcionem excepcionalmente no período.
- Participar de pequenos grupos fechados de Facebook ou listas de Whatsapp exclusivas de pessoas em recuperação com quem possa conversar alternadamente com aquelas que conheça pessoalmente e possua afinidade.
Só por hoje, tudo vai dar certo!